Pois é. Eu passo por um dilema diário com uma pessoa do meu trabalho. Quero dizer, são duas, mas uma é a campeã no quesito “irritação na Dani”.
Eu não suporto nem hipocrisia nem ingratidão e muito menos pessoas que se fazem de vítima. E quando uma pessoa é as três coisas juntas, isso pra mim é o fim dos tempos!
Há tempos ela me provoca. E eu, como tenho gênio ruim, acabava revidando. Ela subia pra minha chefe e se fazia de coitadinha… Até de interesseira ela me chamou! Pois bem, aprendi a relevar. Agora eu filtro tudo que escuto, mas tem coisa que é foda…
Essa mesma pessoa reclama que é pobre, que tem uma vida sofrida. Vida sofrida pra mim é quem acorda às 5 da manhã, fica 3 horas num ônibus lotado pra ganhar R$700/mês. Não uma pessoa que pega seu carrinho, senta a bunda nele e ganha seus R$4 mil reais…
Ai a pessoa me diz que o sonho é terminar a faculdade, porque não teve dinheiro pra terminar de pagar e faltavam apenas 3 matérias e bla bla bla. (a burrice dela não permite saber que a grade mudou em 8 anos… mas me contive pra não dizer). Quando ela saiu do outro emrpego, ao invés de pagar toda a faculdade pra terminar logo, já que ela foi mandada embora do outro trabalho e recebeu uma bolada, não! Ela compra um carro zero. Oito anos mais tarde, ela insiste em dizer que o sonho dela é terminar a faculdade e advinha? De novo ela compra um carro zero!
Mas o melhor de tudo é ainda está por vir… Uma pessoa faz inglês por 5 anos e fica feliz por falar “delicious”. Diz que água em inglês se fala “uárer” e ainda quis me corrigir, sendo que falo inglês há “apenas” 10 anos e já morei fora, enquanto ela nem pro Paraguay (com todo respeito!) foi… Relevando tudo isso (hello, qualquer pessoa que ve que em 5 anos não consegue formar uma frase usando o verbo to be corretamente sabe que a escola é uma porcaria!), a minha chefe conversou com o Vice Presidente, que conseguiu que o departamente inteiro tivesse aulas de inglês paga pela empresa. Acho legal, porque quero me aperfeiçoar em Business English, e prestar o TOEIC ainda esse ano. Ai me vira a infeliz e fala “Agora falta espanhol. Porque a gente tem que falar espanhol também, e a empresa tem que pagar”.
Como estava doente, apenas pensei mas não disse o que realmente queria dizer, que seria mais ou menos isso: “Aqui não é instituição de caridade, nem a empresa tem obrigação nenhma de pagar nada. Agradeça por eles não te mandarem embora, porque tá cheio de gente no mercado que fala inglês e espanhol, que topa vir trabalhar por muito menos do que você ganha e vai dar muito menos dor de cabeça”. Daqui a pouco ela me inventa que a empresa tem que pagar a faculdade dela, como se isso aqui fosse o programa do Gugu pra ficar realizando sonho das pessoas…
São tantas coisas erradas… Como levar o celular de uso do nosos departamento ENQUANTO trabalha todo santo dia para casa, onde faz ligações particulares. Eu me liguei, mas fiquei quieta (esperando o momento oportuno). E a pessoa é tão cara de pau que diminuiu a franquia do telefone particular celular, porque disse que não tava gastanto tanto assim! Fala se não é um absurdo? Ai ontem minha chefe desce com a conta, e comenta:
– “Nossa, a conta do bebê (que é como a gente chama o celular daqui) tem vindo alta nos últimos meses”.
– “Não sei porque” – comentou a infeliz. – “A gente quase nem tá usando”.
Me segurei para não falar “então vamos pedir a conta detalhada pra ver o que tá acontecendo”. Tudo bem, a rinite me controlou. Queria ver quando a gente puxasse a conta e visse todos osnúmeros e horários, o que ela falaria. Mas como aqui na empresa estamos em fase mudança (de chefe, de conceito e por ai vai), achei melhor não falar, para não parecer que eu quero tirar proveito disso. Mas podem ter certeza que na hora certa falarei.
Agora hoje foi a gota d’água. Me segurei muito para não jogá-la pela janela daqui da cobertura. Ontem eu comentando da Marengo, ela me fala que eu sempre comento da padaria, mas que nunca trazia nada (apenas um PS: eu trouxe meu bolo de aniversário de lá, que todo mundo amou e só ela pôs defeito).. Aquilo me foi uma provocação e entao eu sai da aula de francês e passei lá na Marengo e comprei 2 pães australianos (ótimos por sinal!). Hoje cheguei dizendo pra todo mundo que trouxe pão pro café, e na hora que chamei todo mundo pra comer…
-Você devia ter me avisado, porque agora já comi o pão de ontem.
– Mas eu avisei. – respondi levemente ofendida. – Falei pra todo mundo que eu trouxe.
– Pra mim você não falou nada.
– Então você não ouviu.
Minhas palavras saíram estranhamente tranquilas. Quando o pessoal chegou pra comer, uma das pessoas que trabalham aqui falou:
– Ué, você não vai comer?
– Não, eu não fui convidada.
Aquilo me revoltou de uma forma que sai pra buscar um café – mesmo estando a minha xícara cheia. Minha vontade era descer o nível e xingá-la de tudo quanto é nome que me aparecesse pela frente, mas fui phyna. O problema é que a situação ficou chata. Porque quem me conhece sabe que quando não respondo é porque tô puta, mas o novo diretor não me conhece. E ela falou isso na frente dele, quepode entender errado.
Isso que me revolta. Porque as pessoas simplesmente não podem ser quem elas realmente são? Eu sou sincera, se é pra chorar eu choro, se é pra gritar eu grito, se é pra rir eu rio. Acho que sou tão transparente que no mínimo queria que as pessoas fossem um pouquinho assim. E não que fossem falsas e vítimas, se fazendo de coitadinha pra qualquer pessoa e fazendo com que a outra pessoa seja a ruim, a imprestável, a geniosa ruim. Bom, isso eu sou mesmo, mas aqui sou muito mais boazinha do que eu deveria, pois é um ambiente de TRABALHO, onde as pessoas deveriam ser no mínimo profissionais.
Resumo da ópera? Agora não trago mais nada pro departamento inteiro. Trago pra mim, e pra pessoas específicas (como o Fabiano, que me deu ambrosia que a mãe dele fez, e minha mãe mandou de volta doce de abóbora que ela fez). É hora de ser ruim mesmo.
XoXo