Fechada Para Balanço…

por Daniele Polis

Pausa na Copa do Mundo em dia dia sem jogo para postar uma coisa aleatória…

Semana passada, arrumando algumas coisas no meu quarto, achei certas coisas que nem lembravam mais que existiam. Coisas que me fizeram lembrar de um passado que foi bom no passado, e que ajudaram a escrever minhas história hoje. Mas que são passado.

Sendo assim, resolvi que a partir de julho estou fechada para balanço até setembro, que é quando tiro férias. Dois meses sem baladas, festas, bebidas alcóolicas de forma exagerada (oi bêbada!), sem restaurantes caros, sem dormir quando o sol tá amanhecendo…

Eu preciso colocar a minha vida em ordem, e arruma-la. Preciso fazer uma limpa no meu guarda-roupa, me desfazer dos meus livros que não leio mais. Ganhar espaço, me livrar de tudo que não quero ou não preciso mais. Quem sabe assim minha vida não anda também?

Ai hoje recebo esse texto, que me fez ficar ainda mais pensativa. Mas pro lado bom da força… Meio longo, mas recomendo.
XoXo

fechada-balanço

Uma colaboração (não um conselho) pra você

Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de vinho do Porto, dizer a minha
neta:

– Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado, sente-se aqui do meu lado. Tenho umas coisas para te contar.

E assim, dizer apontando o indicador para o alto:

– O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração! Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E agora, do alto dos meus anos, quero dividir com você.

Por isso, vou colocar mais ou menos assim:
– É preciso coragem para ser feliz.
Seja valente.
Siga sempre o seu coração.
Para onde ele for, seu
sangue, suas veias e seus olhos também irão.
E satisfaça seus desejos. Esse
é seu direito e obrigação.
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas a escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você.
Tenha poucos e bons amigos.
Tenha filhos.
Tenha um jardim.
Aproveite sua casa, mas viaje …vá a Fernando de Noronha, ao Pantanal…
Cuide bem dos seus dentes.
Experimente, mude, corte os cabelos.
Não corra o risco de envelhecer dizendo “ah, se eu tivesse feito…”
Tenha uma vida rica de vida.
E de verdade, acima de tudo!
Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela.
E tome sempre conta da sua reputação, ela é um bem inestimável.
Porque, sim, as pessoas comentam, reparam e, se você der chance, elas inventam também detalhes desnecessários.
Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status.
A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco!
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de otimizar os genes da reprodução, sugere que procure alguém diferente…
Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão.
É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.
Se o casamento não der certo opte pela vida.
Faça do fogão, do pente, da caneta e do papel seus instrumentos de criação.
Leia, pinte, desenhe, escreva.
E, por favor, dance, dance, dance até o fim, senão por você, o faça por mim.
Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam e sempre o farão.
Cultive os bons amigos.
Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas mais raras de amor.
Não cultive as mágoas – porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.
Era isso minha querida. Agora é a sua vez.
Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte:
– Como vai você?

Crônica de Maria Sanz Martins, revista AG

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