Meus 30 anos

Olá, gente!

Para quem ainda não sabe, ontem eu completei 30 outonos. Finalmente cheguei na fatídica data dos 30 anos, aquela que dá crise em muitos de nós da realidade e da ficção (como esquecer o episódio de Friends que todos fazem 30 anos?). Uma das coisa que mais ouvi ontem foi “não tem nada demais, nada vai mudar dos 29 para os 30”, mas sempre rola aquela deprê.

A vida é algo engraçado. Bem engraçado.

Quando a gente é criança, não vê a hora se tornar adolescente. Quando vira adolescente, não vê a hora de se tornar adulto. Quando vira adulto, você sente saudade dos seus tempos de criança. Bizarro, né?

Acho que tudo isso é culpa das expectativas que criamos desde sempre. Quando entramos no ensino médio já pensamos em quando vamos fazer 18 anos, entrar na faculdade e comprar um carro. Só que quando você se dá conta que entrou na faculdade, você vê que acabou seu tempo de moleza e começou a pressão em torno do seu futuro. E a pressão vem de todos os lados, incluindo da família que pede para que um jovem de 17 anos escolha o que quer fazer pro resto da vida. Muita gente erra na escolha – e eu sou uma dessas.

Aí a gente imagina que ao 25 já vai estar super empregado ganhando um baita salário e morando sozinho, até encontrar o amor da sua vida, casar e ter filhos antes dos 30. Só que a vida mostra que nem sempre é assim – que aquele emprego que paga super bem não existe, que o cara que você achava que era perfeito não presta e que às vezes tudo que você quer no fim do dia é o colo (e a comida) da sua mãe.

Aos trinta já me formei (com o melhor TCC do ano da faculdade, inclusive), já aprendi outros idiomas que me ensinaram a me comunicar com o mundo, já viajei para dois lugares que sempre sonhei e para outros que nunca sequer sonhei em conhecer, já me casei e já vi amigos casando (embora sei que tem muito mais casamento por aí!) e começei a minha família quando adotamos a pestinha chamada Skye.

E tudo isso é meio louco se você parar para pensar. Parece que foi ontem que eu estava ali sofrendo com o colegial (olha a idade sendo entregue!), me preparando para a festa de 15 anos, me prestando vestibular para entrar na faculdade, começando a trabalhar na área que estava estudando, indo para a Disney trabalhar, me formando, tendo decepções amorosas, profissionais e pessoais… Eu lembro de tanta coisa que paro e penso “meu deus, não pode ter acontecido tudo isso em 30 anos!”. Mas aconteceu. E o louco é você ver que seus amigos, que você conhece há dez, quinze anos, estão na mesma fase que você, passaram pelas mesmas coisas que você e ainda tem muito mais pela frente – exatamente como você.

Aí quando a gente pensa em tudo que aconteceu, em tudo que a gente viveu, a gente pensa que viveu tempo pra caramba. Foram quase 11 mil dias de histórias e recomeços. Eu fico vendo as minhas fotos antigas e começo a ver tudo que fiz ou passei, como em um grande filme de retrospectiva. A primeira coisa que consigo pensar é: gente, como mudei meu cabelo! ahaha Eu já o tive de diversas cores e cortes, e parece que nunca estou satisfeita. É difícil achar fotos com mais de seis meses onde eu mantenha o cabelo exatamente igual como era.

Outra coisa que sempre olho também é que sempre fui a pessoa das caras e bocas. Dificilmente tiro uma foto “normal”, sem fazer uma pose mais elaborada ou uma careta. Especialmente quando estou com um copo de bebida na mão! Ahaha Acho que sempre fui tão palhaça (e tenho uma voz tão de criança) que me recuso a aceitar que estou, de fato, envelhecendo. Mas quero deixar claro que aos 30 continuo não dispensando nenhuma festa!

Agora dizem que a vida começa aos trinta, porque nesta idade sabemos o que queremos, da forma que queremos e tudo mais. Eu não sei quanto à vocês, mas eu continuo tão perdida como aos vinte. Eu continuo achando que ainda vou encontrar aquele emprego dos sonhos que paga milhares de reais por mês, que vou viajar o mundo, que não vou precisar fazer malabarismo para pagar as contas + fazer tudo aquilo que quero…  

Mas se tem uma coisa que esses 30 anos de vida me ensinaram é que a gente aprende a se virar com o que tem. E por enquanto eu sigo me virando com o que tenho. Então se os meus 30 estão aí para me surpreender, pode vir que tô preparada!

Um beijo gigante de quem está se sentindo muito idosa!Ahaha